Darcy
Ribeiro apresenta neste livro a sua pesquisa realizada sobre a formação do povo
brasileiro. Nesta pesquisa ele faz uma análise de como se originou o povo
brasileiro através da misturas étnicas, como também de suas culturas e como
se dá o comportamento desta sociedade em relação aos aspectos da mestiçagem e
posições sociais. Ele nos mostra através deste trabalho que o povo brasileiro
tem essa mestiçagem mas não a aceita de fato, principalmente a minoria
pertencente a classe dominante, que sempre se mantém no poder e que para tanto
faz uso da repreensão e da força sempre que um populista e nacionalista ameaça
a institucionalidade mantida por eles.
Começamos
tratando da questão indígena, onde Darcy Ribeiro mostra através de sua pesquisa
que no contato com o Europeu, muitas
etnias indígenas foram extintas por não corresponderem aos seus interesses. Os
portugueses fizeram contato com as tribos gentis que os viam com representação
de Deuses no inicio e se aproveitando da inocência do índio, usaram-nos para a
exploração e expansão do território brasileiro. Usavam as guerras que haviam
entre os índios para tirar mais proveito apoiando e incentivando cada vez mais
ataques aos que não se permitam ser catequizados. Consequentemente através
desses contatos começou a nascerem filhos de índios com brancos dando origem a miscigenação.
É também a partir desse contato que há um aculturamentos dos indígenas, que
passam a ser subjulgados pelos portugueses, tendo de aprender seus costumes e
suas crenças e se tornarem cristãos.
Com
o passar do tempo os índios começaram a perder aquele visão de que os europeus
eram espécies de deuses que os levariam para os Céus, e começaram a apresentar
resistência defendendo o máximo que podia o seu jeito livre de viver, porém
cada tribo lutava por si. Mas como o europeu era mais avançado tecnologicamente
eram mais fortes que os índios, acarretando num grande extermínio da população
indígena no Brasil numa guerra que durou séculos e que na verdade há até hoje,
pois temos tribos que vivem isoladas e que não aceitam a cultura europeia
sobreposta à sua cultura. Todo esse massacre contra os indígenas teve apoio da
Igreja Católica através da companhia dos Jesuítas que tinham como missão
catequizar os povos locais e os que não aceitavam deveriam ser mortos ou
escravizados. Outro fator que contribuiu ao extermínio de muitos indígenas
foram as doenças e pestes trazidas pelos portugueses, eles não tinham
imunidades para combater tais doenças pois seus modos de vida, alimentação e
costumes não lhes permitira o conhecimento de tais aflições até a chegada dos
portugueses.
O
gentio foi subjulgado pelo europeu desde quando chegaram às Américas e tudo com
o conhecimento e aval da igreja católica, que com a ideia de salvação das almas
dos índios permitiu que os europeus os explorassem alegando ser a subverniência
o caminha para a salvação sob a orientação dos padres jesuítas, fazendo com que
os índios acreditassem em sua condição servil. Os europeus por terem um
conhecimento de técnicas de persuasão e possuírem objetos que causava
curiosidade e encantamento nos índios acabaram por dominar muitas tribos com
essa ideia de que a submissão e o trabalho os levariam a salvação segundo a fé
cristã, a igreja por sua vez legitimava tais práticas e também o extermínio dos
que não aceitavam se converter ao Cristianismo e os que exercia a prática da
antropofagia, comendo carne humana. Diferentemente do que ocorrera na
colonização da América do Norte que tinha como ideia a europeização do
território separando-se dos índios, assim como também diferente das
colonizações ibéricas que se reproduziam com os nativos apenas para aumentar a
mão de obra escrava, aqui ocorrera uma miscigenação entre o branco e o índio
dando origem aos primeiros brasileiros.
Fonte: "O Povo Brasileiro" - Darcy Ribeiro
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